quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Marrocos 2023


Esta viagem foi programada para ser feita durante o mês de Abril de 2020, mas devido ao aparecimento da pandemia "COVID 19", tudo ficou adiado. Com a diminuição das restrições sanitárias impostas "anti-covid" e a abertura das fronteiras resolvemos reativar os planos desta viagem.



Este ano foi novamente a Filipa que escolher o destino das férias. Começámos com os preparativos da rota ainda em 2019. Aproveitei as muitas dicas de alguns amigos que já tinham andado por estas paragens, principalmente o amigo Manuel Soares, um "habitué" nestas andanças.



dia, Sexta-Feira 21-04-2023: Coimbra - Vila Velha do Ródão

 

Saída de Coimbra pelas 19H00.

Metemos gasóleo ainda em Coimbra: Atestamos o depósito

Portagens: €0

Chegámos a Vila Velha do Ródão pelas 23H00 (jantar pelo caminho)

Dormimos na área de serviço de Vila Velha de Ródão

"park4night" sitecode: #30833 - Área de estacionamento CC. gratuito

Coordenadas: 39.65138, -7.67210

Custo: € 0

 

Para diminuir o tempo de viagem que inicialmente tinha previsto entre Coimbra e Algeciras a ser feito durante o dia de Sábado, resolvemos sair de casa ainda na Sexta Feira ao fim do dia, assim que chegássemos a casa, depois do dia de trabalho. Embora previsse aproximadamente 2H30 de viagem, assim que chegámos à entrada de Penela, a fome apertou e resolvemos jantar mesmo aí, num parque de descanso próximo dos bombeiros de Penela. Quando chegámos a Vila Velha de Ródão, os lugares reservados para o estacionamento das autocaravanas estavam todos ocupados, pelo que ficamos num terreno contíguo. Passámos uma noite sossegada, pois esta área é muito recatada, ficando longe das estradas mais movimentadas da Vila.

 

Parque de autocaravanas de Vila Velha do Ródão


Leitura do Conta-quilómetros: 45834 Km.

Distância: 136,4 km

Velocidade média: 52 Km/h

Consumo médio: 8,4 Lts

Tempo de Condução: 02H37

 

 

2º dia, Sábado 22-04-2023: Vila Velha de Ródão (Portugal) - Algeciras (Espanha)

 

Saída de Vila Velha de Ródão pelas 10H30

Metemos gasóleo em Algeciras: 71,62 lts - €100,20 (1,399 €/L)

Portagens: € 0

Chegámos a Algeciras pelas 19H30 

Dormimos em frente à Agencia de Viagens "Normandie"

"park4night" sitecode: #0

Coordenadas: 36.179432, -5.441279

Custo: € 0

 

De manhã, e antes de partir, demos um passeio pelas redondezas da área de serviço e pelos lindos jardins junto ao Rio Tejo, com vistas para as Portas do Ródão. Como tinha previsto, os quase 136Km feitos na véspera, ajudaram e muito em atenuar o cansaço sentido no final deste dia, à chegada a Algeciras. Também tinha de ter em conta que a agencia de Viagens fechava às 21H00 e ainda tinha de comprar as viagens de travessia de barco do Estreito de Gibraltar. Toda a viagem foi feita naturalmente e sem sobressaltos, não existindo nada de relevante a contar. À chegada junto da agência de Viagens, dirigimo-nos à mesma, tendo sido recebidos com bastante entusiasmo pelo proprietário. Após feito o pagamento dos bilhetes da viagem (ida e volta, autocaravana + 3 adultos, €340) trocámos também alguns €€ por Dirhans para os primeiros momentos em Marrocos. Também nos informaram onde poderíamos trocar uma botija de gás propano Cepsa a qual ficou por €14,78. (Em Portugal custava mais do dobro). A noite foi passada com algum sobressalto, pois mesmo ao lado ficava o Carrefour e em frente uma empresa a laborar continuamente, provocando algum barulho de máquinas e camiões.

 

Agência de Viagens "Normandie"

Oferta do proprietário da agência como "pequeno regalo"



Leitura do Conta-quilómetros: 46398 Km

Distância: 563,8 km

Velocidade média: 62 Km/h

Consumo médio: 8,1 Lts

Tempo de Condução: 08H23

 

 

3º dia, Domingo 23-04-2023: Algeciras (Espanha) - Asilah (Marrocos)

 

Saída de Algeciras pelas 06H30 (A travessia seria entre as 08H00 e 09H40)

Portagens: 71 DH (€ 7,1 - Tanger Med - Asilah)

Chegámos a Asilah pelas 12H30

Dormimos no "Camping Echrigui"

"Park4night": # 30379

Coordanadas: 35.472198, -6.028000°

Custo: 90 DH (€ 9)


Tinham-nos informado na "Agência Normandie" para chegarmos ao local do embarque 1H00 antes da hora de saída (e 2H00 antes aquando do regresso a Espanha). Colocamos o despertador para as 06H15 para estarmos no local de embarque sempre antes das 07H00. Assim foi. Como se costuma dizer, "de noite todos os gatos são pardos" e  posso dizer que já dentro do recinto do embarque, o caminho até ao embarque no barco é muito sinuoso pois cada companhia de ferries tem o seu ancoradouro e as placas não abundam. O nosso ferrie pertencia à empresa "Naviera Armas". Não tivemos nenhum contratempo para entrar no barco. O controlo de documentos ocorreu já no interior do barco após a saída do cais. temos de entregar os passaportes e documento da viatura. Alerto para que temos de preencher um documento respeitante à viatura o qual deve ser religiosamente guardado pois o mesmo terá de ser entregue no regresso, pois ele altera a propriedade da viatura para o estado Marroquino enquanto permanecermos no país. A viagem demorou aproximadamente 1H30 e correu sem incidentes. No início passamos ao largo de Gibraltar, bem reconhecido ao longe como mais parecendo um rochedo a entrar no mar. De seguida começamos a ver a silhueta do recorte do continente africano. A emoção é muita pois embora já tenha estado em Ceuta, não é o mesmo do que nos esperava. Após a saída do Ferrie, tudo é muito demorado, com muitos pontos de controlo. Um dos últimos é  o raio-x à viatura. O mesmo é feito numa plataforma onde algumas viaturas são alinhadas em fila e de seguida depois de todos os passageiros saírem das viaturas e afastarem-se, uma viatura pesada e blindada, munida com um braço, passa ao lado de todas as viaturas. Esta "revista" poderá demorar bastante tempo se for detetado algo estranho nalguma viatura. No nosso caso demorou mais de uma hora desde a saída do barco até à saída do recinto da alfândega. Tudo correu normal em todos os postos de controlo. Quando ainda estávamos nos controlos da alfândega, metemos conversa com um grupo muito grande de motares Portugueses que iriam fazer um tour por Marrocos, onde o seu líder Nuno Duarte nos deu algumas dicas muito preciosas, inclusivamente onde poderíamos comprar cartão de telecomunicações. Quando saímos do recinto da alfândega, passado algumas centenas de metros, entramos na autoestrada com destino a Asilah. Passados aproximadamente 20Km após a saída da alfândega, nas primeiras bombas de gasolina que eram da "Shell", parámos e dirigimo-nos  ao interior onde existia um quiosque agente da Marrocos Telecom. O empregado já estava muito experimentado neste tipo de serviço pois foi muito atencioso, informando-nos das modalidades existentes, e ele mesmo se ofereceu para introduzir o cartão no telemóvel e ativar os serviços por nós pretendidos. O cartão custa 5€ e depois carregamo-lo com 5€ que dá 5G de internet (dados) e mais 5€ que dá para 90 minutos de conversação (voz). Tudo 5*****. Quando chegamos a Asilah, tivemos alguma dificuldade em encontrar a entrada do parque de campismo pois embora as coordenadas colocadas no GPS informassem que a entrada para o Parque seria pela marginal junto ao mar mas não era verdade, era precisamente do lado oposto. Quando estávamos ainda a tentar encontrar a entrada, já estavam alguns jovens a correr para nós e a indicar o local de entrada do parque. Este parque seria o  primeiro impacto com a realidade de Marrocos. Todo o parque em terra batida com uma pequena recepção e outra casa ao fundo do parque com as casas de banho por sinal muito arcaicas e desleixadas e plataforma para manutenção das autocaravanas. No muro do fundo encontrava-se um pequeno portão aberto que permitia a passagem das pessoas para a marginal e praia. Depois do almoço fomos passear ao longo da marginal e visitamos o porto de pesca e a cidade. A cidade era muito linda, com casas baixas e ruas limpas, embora estreitas e algum pequeno comércio principalmente de quinquilharia marroquina. A noite foi passada muito sossegada.  

 

Chegada ao porto de embarque.


Interior do parque de viaturas no interior do barco.



Costa de África, Marrocos.

Interior do barco.


Sala de estar dentro do Ferry onde passamos grande parte da viagem.



Parque de campismo 

Interior da cidade de Asilah

Porta artística no interior da cidade muralhada. 




Leitura do Conta-quilómetros: 46497 Km

Distância: 98,4 km

Velocidade média: 36 Km/h

Consumo médio: 8,4 Lts

Tempo de Condução: 02H41

 

 

4º dia, Segunda-Feira 24-04-2023: Asilah - Mohammedia

 

Saída de Asilah pelas 09H00

Portagens: 156 DH (€ 15,6 - Asilah - Mohammedia)              

Chegámos a Mohammedia pelas 13H30

Dormimos no Camping L'Ocean Bleu

"Park4night": #12982 

Coordenadas: 33.73758, -7.324433

Custo: 95 DH (€9,5)

 

A viagem de Asilah até Moamédia optamos faze-la por autoestrada. Até esta altura  estávamos surpreendidos pela positiva com a qualidade das autoestradas marroquinas. Bem asfaltadas e sinalizadas, não ficando nada a dever à média das autoestradas Europeias. O custo das portagens também era muito acessível e como nos tinham alertado para a dificuldade de circular nas estradas nacionais e o elevado risco de acidentes e multas, era a opção mais acertada. A viagem era relativamente curta e chegamos ao Camping L'Ocean Bleu pelas 13H30. Mais uma vez não foi fácil encontrar a entrada do parque pois existiam obras de melhoramento dos arruamentos em redor do parque e o acesso era feito por um arruamento improvisado junto ao areal da praia. A recepção por parte dos proprietários foi muito calorosa e amigável. Este parque de campismo ao contrário do anterior em Asilah aparentava melhores condições, onde se poderia observar que estava todo loteado, alguns lotes relvados, embora os arruamentos também fossem em terra batida, onde andavam algumas galinhas à solta. Como o parque de campismo encontrava-se na primeira linha da praia, o acesso à praia era feito de forma direta, pois o portão do parque dista 20 mts do areal sendo necessário somente atravessar um pequeno passadiço pedonal onde também se encontrava a esplanada do café bar contíguo ao parque. Tudo estava a correr muito bem. Este parque embora não tenha supermercado, podemos sempre encontrar pão fresco na recepção. Após o almoço aproveitamos para passear junto ao mar. O parque encontra-se junto a uma área residencial com prédios e algumas vivendas pelo que além de passear na estrada pedonal junto ao mar, a qual era bonita, mais nada existia para visitar.

Ponte na autoestrada com 3 faixas de rodagem para cada lado, próximo de Rabat.

Interior do Camping L'Ocean Bleu

Linha da costa marítima em frente ao parque de campismo.


Leitura do Conta-quilómetros: 46772 Km

Distância: 275,3 km

Velocidade média: 62 Km/h

Consumo médio: 7,8 Lts

Tempo de Condução: 04H26



5º dia, Terça-Feira 25-04-2023: Mohammedia - Casablanca - Oualidia


Saída de Mohammedia pelas 09H00

Portagens: 16 DH (€ 1,6 - Mohammedia - Casablanca

               103 DH (€ 10,3 - Casablanca - Oualidia)

Chegámos a Oualidia pelas 19H00

Dormimos no Camping Car de Oualidia

"Park4night": #13739 

Coordenadas: 32.731933, -9.044161

Custo: 40 DH (€4,0)


O planeamento que tinha feito para este dia estava previsto visitar Casablanca, em especial a sua mesquita e no final do dia, regressar a Mohammedia. No entanto, e com o intuito de ganhar um dia, ficou assumido que se fosse possível e a visita à mesquita e à cidade terminasse cedo, em vez de regressar a Mohammedia, iria-mos avançar para Oualidia. A viagem até Casablanca foi rápida e sem grande complexidade, visto que Casablanca tinha as artérias principais largas mas o transito muito intenso e desregrado, principalmente os motociclos que para eles não existe regras de transito, podendo aparecernos pela frente nas faixas de rodagem com sentido único. Enfim, trânsito normal em Marrocos. Quando chegamos a Casablanca dirigimo-nos às proximidades da Mesquita para a visitar. optámos por estacionar no "Parking De La Foire" 33.604683, -7.630732 o qual fica mesmo em frente à mesquita. Este parque permite o estacionamento de autocaravanas e tem guarda. O preço a pagar foi de 10Dh (€1). Dirigimo-nos à entrada da mesquita onde ficam as bilheteiras onde adquirimos os ingressos para os três que custaram 390Dh. Já dentro da mesquita estavam formados alguns grupos com respetivo guia. Cada um destes grupos estavam selecionados pelo idioma do guia. Optamos pelo Espanhol. Era a segunda vez que visitava-mos uma mesquita, tendo sido a primeira vez a Mesquita Azul, em Istambul, Turquia. Comparando as duas, a Mesquita Azul é mais Imponente, no entanto esta de Casablanca era muito bela e com pormenores invejáveis, talvez mais realçados devido a esta ultima ter sido visitada com o apoio de um guia que realçou muitos pormenores os quais sem ele nos passavam despercebidos. Gostamos muito. Vale a pena esta visita onde o guia com as suas explicações é fundamental. A visita acabou próximo da hora de almoço e como estava muito calor e o interior da autocaravana estava um autêntico forno, resolvemos ir almoçar ao centro comercial "Marina Shopping" onde os restaurantes existentes não nos seduziram, com somente pratos de carne mas nada convidativos, pelo que optamos pelo "Mc Donalds" embora não muito do meu agrado, onde pagamos 176Dh (€17,6) pelos 3 almoços. Findo o almoço e depois de termos feito algumas compras no "Carrefour" no mesmo centro comercial, dirigimo-nos à autocaravana para iniciar viagem para Oualidia, sempre por autoestrada. Oualidia é essencialmente uma pequena vila piscatória onde infelizmente mesmo à entrada existia uma enormíssima lixeira a céu aberto onde devido ao lixo estar a ser queimado, o cheiro era nauseabundo. junto à mesma lixeira tinha havido na parte da manhã uma feira, no entanto já terminada mas onde o chão estava completamente tapado com milhares de sacos plásticos e caixas de papelão. Enfim, mais parecia um paraíso para as inúmeras aves. Quando chegamos ao local de pernoita, este não era mais que um enorme parque de estacionamento com uma parte reservada a autocaravanas. Ainda mal tinha estacionado já o guarda vinha em minha direção a informar-me que tinha direito a 20 litros de água por dia e o custo da pernoita era de 40Dh. Continuou a tentar dialogar comigo, utilizando algumas palavras em Francês outras em Espanhol, e ainda outras que desconfio serem de algum dialeto local. Passado algum tempo e com alguma dificuldade entendi que o que me estava a pedir não era dinheiro mas sim roupa para vestir. Fiquei sensibilizado. Antes mesmo de jantar-mos fomos dar um pequeno passeio pela vila, junto ao mar, onde existiam algumas pequenas barracas em madeira a vender ostras. As vistas eram deslumbrantes tanto para a praia como para os montes que circundavam a vila, com algumas belas vivendas nas suas encostas. A noite foi sossegada.


Recinto à entrada da Mesquita de Casablanca

Interior da Mesquita.


Interior belo da mesquita


Pontos de venda de mariscos em Oualidia.


Parque de pernoita de Oualidia com depósito de água de qualidade duvidosa onde poderá ser retirado por cada autocaravanista 20Lts por dia. 




Leitura do Conta-quilómetros: 47019 Km

Distância: 247,1 km

Velocidade média: 54 Km/h

Consumo médio: 7,6 Lts

Tempo de Condução: 04H29




6º dia, Quarta-Feira 26-04-2023: Oualidia - Agadir


Saída de Oualidia pelas 09H40

Metemos gasóleo em Chichaoua: 49,67 lts - 600Dh - €60 (12,08 Dh/L)

Portagens: 24 DH (€ 2,4 - Oualidia - Safi

                87 DH (€ 8,7 - Chichaoua - Amskroud)

Chegámos a Agadir pelas 17H45

Dormimos no Camping Atlantica D'Imouran

"Park4night": #13795 

Coordenadas: 30.509701, -9.683720

Custo: 180 DH (€18,0)



Este dia iria  mostrar-nos o verdadeiro Marrocos. Até Oualidia tinha-mos assistido a um país com algumas parecenças europeístas. Prédios altos, boas estradas, muita água e vegetação onde se poderiam observar algumas florestas, e com as grandes cidades muito viradas ao turismo, com centros comerciais, Mc. Donalds e atrações viradas a atrair o turismo. A partir daqui a realidade era outra. Feiras à beira das estradas, com os locais a deslocarem-se em burros e carroças, pequenos lugarejos onde as casas eram construídas com adobes e barro e entre as casas era visível regos de esgoto a céu aberto. Esta era uma realidade que nunca tinha assistido e só tinha visto em filmes e documentários. Este sim, era o Marrocos genuíno e ainda não virado para o turismo. No caminho metemos gasóleo numa pequena Vila e embora eu antes de atestar o depósito perguntei se podia pagar com cartão "Visa" e me tenham confirmado que sim, no final ao proceder ao pagamento, a maquineta não aceitou porque dizia que estava sem rede. O funcionário informou-me que era normal durante o dia a internet móvel faltasse algumas vezes e o tempo para restabelecer poderia demorar alguns minutos ou horas. Depois de 5 minutos de espera optei por pagar com dinheiro. Após Chichaoua, optamos por nos meter novamente na auto-estrada para atravessarmos os "Baixos Atlas". Até Agadir em plena autoestrada encontramos algumas situações insólitas, desde cruzamo-nos com algumas pequenas carrinhas de caixa aberta carregadas de fardos de palha com alguns largos metros de altura, mais parecendo que em cada curva a viatura se iria virar, alguns vendedores de bebidas onde em carrinhas tipo "Renault Cangoo" tinham instalado máquinas de café industriais na parte traseira da viatura, alguns motociclos com 2 e 3 passageiros e sem capacetes, algumas vezes aparecendo em contramão. Bem, todo o cuidado é pouco. Ao chegar a Agadir a surpresa foi total. Deparámo-nos com uma cidade moderna, atrativa, com ruas largas hipermercados e centros comerciais e com a sua grande atração que era o Teleférico que nos leva ao cimo de uma colina. Como já era tarde e tinha-mos de dar entrada no parque de campismo que ainda distava alguns quilómetros a norte de Agadir, decidimos continuar viagem até ao parque. A visita da cidade e o passeio no teleférico ficaria para o dia seguinte. Ao chegar ao parque de campismo deparámo-nos com um parque moderno, com os arruamentos no seu interior asfaltados e com alvéolos separados por arbustos. Este parque tinha além de um belo restaurante, também uma passagem diretamente para a praia. Não estava mesmo à espera que depois de tantos quilómetros de atravessar o deserto e as montanhas do Atlas assim como algumas povoações que pareciam ter saído de filmes antigos, nos deparasse-mos com esta cidade e arredores que mais pareciam um autêntico oasis. Quanto à costa que percorremos entre a cidade e o parque de campismo é de uma beleza deslumbrante.

Feira próximo de Chichaoua.


Fim da feira. A estrada pertence às carroças.

Pequena povoação com casas construídas em adobes e barro

Outra povoação idêntica antes da chegada ao deserto e cordilheira Baixo Atlas

Deserto, deserto e mais deserto à chegada às 
cordilheira do Baixo Atlas.

Pequena povoação situado no cimo da cordilheira do Baixo Atlas, a sul de Marraquexe. Mais tarde, e já em Portugal vim a saber que esta e outras povoações nesta região foram arrasadas pelo terramoto de 08-09-2023, 4 meses e 12 dias após ter por aqui passado. Que tristeza...

As vacas não podem ter vertigens ou ideias assassinas, caso contrário esbardalham-se no asfalto.

Vendedor ambulante de café e chá.

Interior do 
Camping Atlantica D'Imouran

Por do sol visto da praia do Camping Atlantica D'Imouran


Leitura do Conta-quilómetros: 47405 Km

Distância: 385,3 km

Velocidade média: 53 Km/h

Consumo médio: 7,7 Lts

Tempo de Condução: 07H10




7º dia, Quinta-Feira 27-04-2023: Visitar Agadir


Dormimos no Camping Atlantica D'Imouran

"Park4night": #13795 

Coordenadas: 30.509701, -9.683720

Custo: 180 DH (€18,0)



Este dia foi escolhido para visitar e passear por Agadir. Estávamos desejosos por confirmar se as primeiras impressões com que ficámos na véspera sobre Agadir se concretizavam mesmo. Optamos por passear por Agadir e Visitar o Souk (Mercado tradicional) da parte da manhã e após o almoço dirigirmo-nos ao teleférico e subimos ao cimo da colina para comprovarmos se as vistas lá de cimo eram mesmo invejáveis conforme imaginávamos. Assim foi, logo pela manhã dirigimo-nos com a autocaravana até ao centro da cidade. Para estacionar próximo do Souk não é tarefa fácil, principalmente para uma viatura com 7 metros de comprimento. Passado algum tempo esta tarefa parecia estar mesmo a ser impossível de concretizar. Passado algum tempo vislumbramos um grande parque de estacionamento e decidimos entrar. Escolha acertada. Trata-se do parque "Grand Parking Souk El Had" nas coordenadas: 30.411356, -9.578143. Inicialmente e depois de deambular-mos pelos vários arruamentos dentro deste parque não encontramos nenhum local onde coubesse a autocaravana. já estava-mos de saída e eis que nos aparece um rapaz a perguntar se queria-mos estacionar. Já em fase de desespero disse-lhe que sim, e eis que ele me informou para estacionar junto a uma árvore. Como não era nenhum alvéolo mas sim uma divisória entre duas filas de estacionamento, inicialmente hesitei, mas o rapaz informou-me que ele mesmo tomaria conta da autocaravana. A primeira ideia que me passou pela cabeça é que era certo que quando regressa-se, a autocaravana estaria assaltada e o moço tinha desaparecido. (Mais à frente contarei o que aconteceu aquando do regresso do Souk). Após ter decidido aceitar a proposta do rapaz, dirigimo-nos para o interior do Souk. A primeira impressão foi de que ali tudo se vendia, desde comida, a animais, roupa, móveis, louças, sei lá... de tudo um pouco e debaixo de teto. Assim que parávamos para apreciar um qualquer objeto, aparecia logo alguém com uma calculadora na mão a perguntar o que queria-mos e a informar quanto custava, sendo sempre um exagero. Os marroquinos são essencialmente comerciantes e se após eles apresentarem o preço, nós temos de lhes dizer quanto estamos dispostos a pagar. Assim se inicia o processo de negociação. Se não lhes indicarmos um valor, para eles é uma ofensa. Podemos não levar o produto mas temos sempre de os informar de quanto estamos dispostos a pagar, escrevendo o valor na dita calculadora enorme. Quase todos os comerciantes tinham uma. Tinham-me informado que se estivesse interessado nalgum produto, oferecer aproximadamente 1/3 do que o comerciante tinha pedido, mas como eu sou muito forreta, oferecia sempre muito menos o que por vezes deixava os vendedores muito irritados. Passado algum tempo de andar neste labirinto de lojas e ruelas e depois de nos termos perdido algumas vezes já me sentia um verdadeiro negociador, e então tudo o que me chamava a atenção, entrava no jogo da negociata. Parecia que tinha nascido para isto. No final da manhã, e após a realização de alguns negócios concretizados, saímos do Souk e dirigimo-nos ao local onde tinha deixado a autocaravana. Quando nos aproximámos da autocaravana, reparamos que o rapaz ainda se encontrava ao lado da autocaravana, sentado no chão à sombra de uma árvore. Quando me viu levantou-se e com um sorriso na cara disse-me que conforme me tinha dito, manteve-se todo o tempo a tomar conta da autocaravana. Fiquei muito impressionado e com um enorme remorso de ter pensado o pior deste rapaz. Dei-lhe uma gorjeta e ele ficou todo contente, tendo agradecido. Como era hora de almoço, e sem nada planeado de onde e o quê almoçar, resolvi sair  novamente da autocaravana e voltar a dirigir-me ao mesmo rapaz para lhe perguntar onde é que se poderia almoçar bem nas redondezas. Ele informou-me que o melhor local para comer "Tajine" seria o restaurante "Dar Tajine" - coordenadas: 30.416920, -9.579662. Resolvemos aceitar a sugestão. Mesmo sem lhe perguntar, ele disse-me para não me preocupar com a autocaravana pois iria voltar para trás e  continuava a tomar conta dela. Este restaurante é muito bom e fomos bem servidos. Esta seria a primeira refeição fora da autocaravana e serviu para apreciarmos a comida tradicional marroquina. Eu escolhi Tajine de vaca e a Guida e a Filipa optaram por Tajine de frango. Basicamente trata-se de carne guisada com batatas e temperada com bastantes especiarias tais como canela, açafrão, gengibre, alho, cominhos e pimenta. Eu gostei, já a Guida e a Filipa engelharam o nariz. No final pagamos 330Dh, o que para a realidade de Marrocos era caro, mas pelo que comemos e bebemos, não achei caro. Quando regressámos à autocaravana, lá estava o rapaz novamente sentado no chão à sombra da árvore. Agradeci e quis dar-lhe nova gorjeta, pelo que recusou dizendo-me que já tinha recebido. Voltei a insistir e ele voltou a recusar. Nem queria acreditar que ainda existiam pessoas assim. Após este episódio, dirigimo-nos à parte norte da cidade onde se apanhava o teleférico. O bilhete de ida e volta ficava em 110Dh por pessoa. Junto ao teleférico existe um parque de estacionamento grande e gratuito. Tanto o teleférico como as instalações são bastante modernas e atrativas, onde tudo estava virado para o turista. A viagem é bastante agradável onde se pode observar tanto o mar como a cidade. À chegada deparamo-nos com uma fortaleza e em seu redor alguns dromedários com os seus tratadores à espera que alguém aceite fazer um passeio em redor da fortaleza. Bem, se as vistas do teleférico durante a subida eram deslumbrantes, então o que dizer das vistas lá do alto do morro. Em direção ao mar podia-mos apreciar toda a baia de Agadir ao longo de muitas milhas até á linha do horizonte e mais para o interior pode-se apreciar toda a enorme cidade assim como os arredores.  Fantástico. O dia acabou novamente no "Camping Atlantica D'Imouran", e como ainda era cedo não resisti em dar um belo mergulho nas águas tépidas da praia em frente ao parque.
Souk Agadir



Loja Souk Agadir.


Outra loja do
Souk Agadir.



Pão e salada marroquina.


Tajine


Refeição para os três com as Tajines, pão e salada.


Vistas do alto do morro sobre a baia e cidade de Agadir.


Praia em frente ao parque de campismo.



8º dia, Sexta-Feira 28-04-2023: Agadir - Marrakech


Saída de Agadir pelas 10H00

Metemos gasóleo em Imourane (Agadir): 35,18 lts - 425Dh - €60 (12,08 Dh/L)

Portagens: 152 DH (€ 15,2 - Agadir - Marrakech

Chegámos a  Marrakech pelas 16H30

Dormimos no Camping Ferdaous

"Park4night": #20237

Coordenadas: 31.719268, -7.983167

Custo: 130 DH (€13,0)


Mais um dia que seria passado na sua maioria a conduzir. Tínhamos chegado ao ponto mais a sul do passeio e agora iriamos começar a subir. Como à chegada a Agadir tínhamos visto que existia um grande centro comercial com um hipermercado Carrefour (coordenadas 30.389185, -9.511023), e como tínhamos necessidade de adquirir alguns alimentos e água, resolvemos fazer por lá uma paragem. Parte da viagem para Marrakech, até após a travessia da cordilheira do Baixo Atlas já era nossa conhecida, pelo que esta viagem até às proximidades de Marrakech não nos trouxe nada de novo. O nosso destino era o Camping Ferdaous o qual fica a Norte de Marrakech e o GPS possivelmente para evitar a travessia desta cidade com mais de um milhão de habitantes contornou a mesma, o que não nos permitiu nem sequer vislumbrar ao longe a cidade. À chegada ao parque, o mesmo era composto por uma pequena casa à entrada que era a recepção e depois um um grande terreno descampado onde ao fundo se podiam ver quatro autocaravanas e próximo delas outra casa a qual viemos a saber que eram as casas de banho. Como não vínhamos para passar muito tempo no parque, e visto que o mesmo era murado a toda a volta, servia perfeitamente. Este parque ficava desviado na cidade alguns quilómetros pelo que na recepção perguntamos qual era a melhor maneira para nos deslocarmos, tendo sido informados que existia um senhor que tinha um "grande taxi" que nos poderia levar. todos os dias ele vinha ao parque pelas 08H00 da tarde, sendo necessário nessa altura contactá-lo e combinar o preço que nos levaria. Chagadas as 08H30 e não tinha-mos visto ninguém, voltamos à recepção onde o guarda muito atencioso e através do seu telemóvel, nos colocou em contacto com o mesmo. Começou por dizer que nos levava 600DH para transporte ida e volta e também servir de guia, pelo que rejeitei. continuamos a regatear, tendo chegado a 450DH pelo que continuei a recusar, depois de dizer que era o mínimo e visto que eu não aceitava, propôs-me que se fosse só ida e volta nos levava 300DH o que continuei a não aceitar. Finalmente chegou aos 150DH e finalmente aceitei. Durante a hora de jantar começamos a ver muita movimentação de carros e motas a estacionar junto à casa onde se encontravam as casas de banho, subindo as escadas e indo para o primeiro andar. Não consegui saber o que se passava julgando que poderia ser algo tipo de motel pois durante toda a noite chegavam e partiam carros com pessoas sempre em direção ao primeiro andar. Desconfiei de muita coisa mas não cheguei a conclusão nenhuma. De qualquer maneira, e não contando com o barulho dos carros a chegar e a partir, a noite foi passada em sossego.

Em Marrocos não deve haver limite de carga, só pode...


Camping Ferdaous com piso em gravilha


"Chef" a preparar o jantar.
 


Grande Taxi: Viatura Opel 9 lugares com muito bom aspeto e quase nova.

Proprietário: Fedli Mohamed (Transport Touristique Toutes directions) 

Telemóvel 0661552401



9º dia, Sábado 29-04-2023: Visitar Marrakech

Dormimos no Camping Ferdaous

"Park4night": #20237

Coordenadas: 31.719268, -7.983167

Custo: 130 DH (€13,0)


Na véspera tínhamos combinado com o Sr. Fedli Mohamed, proprietário e motorista do Grand taxi estarmos em frente à recepção às 08H00, e assim foi. À hora certa lá esta o nosso transporte à porta do parque de campismo. Na viagem até Marrakeche fomos conversando e o Sr. Fedli Mohamed começou a indicar-nos por onde estávamos a passar, indicando alguns dos monumentos e contando-nos alguma da história de Marrakech. Espetáculo... Foi muito atencioso e simpático tendo inclusivamente feito um desvio para passarmos por um bairro onde algumas pessoas da grande sociedade europeia tinha altas vivendas. Ao chegar ao centro de Marrakeche indicou-nos onde ficava a Grande Mesquita de Marrakech, a Praça Jemaa el-Fnaa, onde se encontravam os inúmeros vendedores ambulantes e os encantadores de serpentes. Indicou-nos onde no final do dia nos iríamos encontrar para o regresso. Andou mais uns quilómetros mesmo no centro da cidade e finalmente deixou-nos na loja (El Farabi Cosmétique - produtos naturais) tipo herbanário, onde faziam apresentação de perfumes, chás e outros produtos naturais que segundo diziam, substituíam os medicamentos, com vantagem. É claro que se tratava de negócio e provavelmente ele tinha alguma comissão. A partir daqui estava-mos por nossa conta. O GPS nem sempre nos ajudava pois algumas ruas eram tão estreitas que nem funcionava devido à ausência de captura dos satélites. Depois de andarmos alguns quilómetros a pé, sempre guiando-nos pela "Mesquita  de la Koutoubia" com a sua enorme torre que era visível de grande parte da cidade, chegámos a "Jemaa el-Fnaa", Praça central onde se encontravam muitos vendedores ambulantes, encantadores de serpentes, enfim, um burburinho constante com um enorme numero de pessoas a andar de um lado para o outro e outros tantos a apregoar para venderem os seus produtos. Também é a partir desta praça que se entra nos "Souk Laksour", "Souk Semmarine", entre outros. Como as ruas são muito apertadas e cobertas, esqueçam o GPS. É muito fácil perdermo-nos no seu interior, o que possivelmente por milagre não nos aconteceu, embora uma das vezes tenha perguntado para onde era a saída e indicaram-me precisamente a direcção contrária. Adorámos andar muitos quilómetros por estes autênticos labirintos onde não havia um único espaço que não fosse uma loja ou comércio. Aqui tudo se vende, desde comida, bebida quinquilharia, especiarias, bijuteria, de tudo um pouco, mas assim que parávamos, lá vinha alguém a querer vender algo e a regatear preço. A hora de almoço chegou rápido e decidimos almoçar no restaurante "Terrasse Panoramique"  mesmo na praça Jemaa el-Fnaa. Mais uma vez viramo-nos para as Tajines. Da parte da tarde optamos por algumas zonas mais recatadas e mais calmas, e como o calor era imenso (Mais de 35 graus) escolhemos atravessar alguns jardins, como o "Jardin Elkoutoubia", o lindíssimo "Parc Lalla Hasna" e finalmente requintámo-nos com uns gelados e uma cerveja com álcool, raríssimo em Marrocos, na "Pizzeria Venezia". Entretanto chegou a hora combinada com o Sr. Fedli Mohamed para regressarmos ao parque. Mais uma vez foi impecável, pois não nos levou pela mesma estrada, comentando tudo por onde passavamos. Um dia muito cansativo mas muito bem passado. Era hora de descansar.


Mesquita  de la Koutoubia


Loja no "Souk Laksour".


Rua no interior do 
"Souk Laksour".

Vista do restaurante "Terrasse Panoramique" para a Praça "Jemaa el-Fnaa" e "Mesquita  de la Koutoubia".

Almoço no restaurante "Terrasse Panoramique" com as tradicionais Tajines.


Parc Lalla Hasna
 

Grand taxi do Sr. Fedli Mohamed



10º dia, Domingo 30-04-2023: Marrakech - Mohammedia


Saída de Marrakech pelas 09H30

Metemos gasóleo em Casablanca: 38,24 lts - 460Dh (12,03 Dh/L)

Portagens: 120 DH (€ 12 - Marrakech - Novacer

                  15 DH (€ 1,5 - Casablanca)  

                  16 DH (€ 1,6 - Casablanca - Mohammedia )            

Chegámos a Mohammedia pelas 15H00

Dormimos no Camping L'Ocean Bleu

"Park4night": #12982 

Coordenadas: 33.73758, -7.324433

Custo: 95 DH (€9,5)


Continuava-mos no percurso ascendente, agora com o nosso destino traçado para visitar chefchaouen antes de atravessar o Mediterrâneo, mas como o GPS nos encaminhava por Casablanca e Rabat possivelmente para evitar a cordilheira do Atlas e como adoramos estar em Mohammedia no Camping L'Ocean Bleu, decidimos dividir a viagem e ficar neste camping dois dias, até para descansar. Quando chegamos novamente ao Camping L'Ocean Bleu, fizeram-nos uma festa. Compramos pão na recepção e dirigimo-nos a um pequeno promontório, junto à praia em frente ao parque para relaxar e apreciar as vistas para a costa.

Mar em frente ao Camping L'Ocean Bleu

Nesta praia junto ao Camping L'Ocean Bleu até os cavalos vão à praia e os cães têm direito a casota para os proteger do sol.



Leitura do Conta-quilómetros: 48001 Km

Distância: 265,6 km

Velocidade média: 57 Km/h

Consumo médio: 7,7 Lts

Tempo de Condução: 04H35



11º dia, Segunda-Feira 01-05-2023: Visitar Mohammedia

Dormimos no Camping L'Ocean Bleu

"Park4night": #12982 

Coordenadas: 33.73758, -7.324433

Custo: 95 DH (€9,5)


Este dia foi essencialmente dedicado ao descanso e também passear pela povoação. A manhã foi passada a descansar dentro do parque e a seguir ao almoço, aí sim, saímos em direção ao centro da povoação. Andámos alguns quilómetros a pé e nada vimos de especial. Tratava-se de uma vila nova, com alguns prédios em condomínio fechados pouco mais vimos. No regresso encontrámos um pequeno supermercado do grupo Carrefour e aproveitamos para fazer algumas compras. Passado algum tempo de termos chegado ao parque de campismo apercebemo-nos de alguma agitação dentro do parque e foi aí que vimos uns vendedores ambulantes com uma carroça cheia de morangos com um aspeto espetacular. Um dos moços deu-nos a provar e não resistimos, comprámos duas caixas. Ainda hoje sonho com aqueles morangos, que passado uma semana os poucos que ainda sobravam, continuavam rijinhos e deliciosos.


Condomínio no centro de Mohammedia.



Vendedor ambulante com carrinha adaptada com máquina de café que julgo ser para vender chá. Este tipo de viatura adaptada encontra-se por todo o lado em todo o país.


Aí estão eles, os deliciosos morangos com os vendedores radiantes por eu lhes ter pedido para tirar uma foto.



12º dia, Terça-Feira 02-05-2023: Mohammedia - Chefchaouen


Saída de Mohammedia pelas 09H00

Portagens:  34 DH (€ 3,4 - Mohammedia - Chefchaouen

                  18 DH (€ 1,8 - Mohammedia - Chefchaouen)  

                  22 DH (€ 2,2 - Mohammedia - Chefchaouen)            

Chegámos a Chefchaouen pelas 17H00

Dormimos no Camping Azila

"Park4night": #29341 

Coordenadas: 35.175500, -5.266800

Custo: 140 DH (€14,0)


Há pouco que contar sobre a viajem. A estrada era na sua maioria com bom asfalto e as povoações que atravessamos eram de pequena dimensão e poucas foram as casas de adobes, nada que se comparasse às povoações do sul. À chegada a Chefchaouen, deparámo-nos com uma vista magnífica da cidade, pois a estrada encontra-se no cimo de uma colina e a cidade de Chefchaouen aparecia na encosta em frente, mais parecendo um presépio todo em azul. Para chegarmos ao parque de campismo que se situava no alto da colina tivemos de atravessar a cidade, tarefa esse que não foi fácil pois as ruas eram demasiado estreitas e com uma inclinação muito acentuada, provocando um enorme esforço ao motor e embraiagem. O parque nada tinha de especial, pois era pequeno e com poucos lugares, tendo umas casas de banho muito antigas e desleixadas. Mais uma vez lá andavam algumas galinhas à solta no parque. A poucos metros do parque encontrava-se um promontório com umas vistas soberbas sobre a cidade. 

                

                                 

Primeira vista de Chefchaouen.


Parque de campismo.


Ainda pensei que a galinha entrava para dentro da minha autocaravana.


Vista sobre Chefchaouen do alto do miradouro junto ao parque de campismo.



Leitura do Conta-quilómetros: 48322 Km

Distância: 320,7 km

Velocidade média: 51 Km/h

Consumo médio: 7,8 Lts

Tempo de Condução: 06H15


13º dia, Quarta-Feira 03-05-2023: Chefchaouen (Marrocos) - Algeciras (Espanha)


Saída de Chefchaouen pelas 14H30 

Portagens:  28 DH (€ 2,8 - Tanger - Melloussa                   

Chegámos a Algeciras pelas 20H15

Dormimos no Parque de estacionamento para autocaravanas

Coordenadas: 36.179131, -5.439279

Custo: 0 DH (€0,0)


Este dia seria o regresso ao continente Europeu, mas não sem antes visitarmos Chefchaouen. Tínhamo-nos informado na recepção que existia possibilidade de irmos de táxi até ao centro da cidade e depois no regresso mas também nos disseram que a viagem de ida se fazia muito bem a pé através de um pequeno carreiro, sempre a descer. Optámos por ir a pé . Foi a decisão acertada pois  além de ser sempre a descer e a distância seria menos de 1000Mts, as vistas ao longo da descida eram muito agradáveis. Visitámos essencialmente a parte antiga da cidade. Esta era constituída principalmente por arruamentos estreitos e algumas escadarias ladeadas cor casas de rés-do-chão e primeiro andar muitas delas com loja de comércio, e todas elas pintadas de azul. Como só tínhamos a parte da manhã para visitar a cidade, e não estava a ser fácil encontrar nenhum táxi, resolvemos meter pés ao caminho e regressarmos ao parque a pé. A subida custou bastante pois a inclinação era acentuada, mas com algumas paragens pelo caminho, a mesma foi concluída com sucesso. Após o almoço iniciamos a viagem para Tanger-Med pois embora o bilhete de regresso da travessia não tivesse data marcada, nós queríamos faze-la ainda de dia. Ao aproximarmo-nos da fronteira no Porto de Tanger-Med, logo a seguir a Alcacer-Ceguer, havia uma feira ao longo da estrada onde a circulação era feita a baixa velocidade. Tudo passou sem que nos apercebêssemos de qualquer anormalidade até que ao chegarmos à entrada da fronteira fomos abordados por 3 guardas que nos mandaram parar. Assim fizemos e um deles dirigiu-se a mim mandando-me ter calma, enquanto os outros dois dirigiram-se para a traseira da autocaravana, logo de seguida ouvimos uma gritaria na retaguarda e a autocaravana a abanar muito, tentei de imediato sair para ver o que se estava a passar, pelo que o guarda que estava ao pé de mim meteu a mão na porta, não me deixando sair voltando a dizer-me para me manter no interior da autocaravana e manter a calma. Sem saber o que se estava a passar e estando cada vez mais inquieto e nervoso, eis que passado aproximadamente 1 a 2 minutos vejo pelo retrovisor os dois guardas a aparecerem com um indivíduo bem agarrado, aparentando ter aproximadamente 20 anos, com roupa branca e dirigindo-se para uma pequena casa. Foi então que o guarda que tinha ficado ao pé de mim me acalmou uma vez mais e me informou que o indivíduo tinha saltado para o teto da autocaravana aproveitando o suporte das bicicletas e este ato tinha ocorrido precisamente junto à feira, algumas centenas de metros antes, onde a velocidade era de 20KM/h, e foi visualizado pelos guardas através das muitas câmaras instaladas ao longo da estrada nos arredores da fronteira. Agora sim, pude sair para ver se estava tudo bem, não tendo notado nada de anormal a não ser as marcas dos pés no para-choques devido ao pó acumulado em toda a viagem. Enfim, tudo passou e dei início às muitas vistorias antes de embarcar para Algeciras. Vejo no entanto que o barco que iniciava a travessia às 18H15 já seria quase impossível de apanhar e o seguinte só às 20H30. Quando me dirigia para validar os bilhetes, eis que se aproxima um indivíduo e me pergunta se eu ainda queria apanhar aquele barco das 18H15 pelo que eu disse que sim. Ele pegou nos bilhetes e dirigiu-se para dentro do guiché tendo eu presenciado ele a falar com outras pessoas e passado pouco tempo e já com a guia para aquele barco na mão me entregou com uma cara feliz e dizendo-me para me apressar. Quis dar-lhe uma gorjeta pelo que ele recusou de imediato tendo-me dito que só tinha feito o seu trabalho. Mais uma vez fiquei muito admirado e surpreendido com a dignidade dos marroquinos. As peripécias ainda não tinham acabado. Após a passagem pelo raio-x eis que o carro que ia mesmo à nossa frente foi mandado parar e um dos guardas mandou abrir a mala traseira. O guarda meteu o braço entre a bagagem em direção ao banco traseiro e após alguns momentos eis que retira de baixo do banco uma pequena caixa com tamanho idêntico à de uma caixa de fósforos. Enquanto este carro foi mandado encostar, nós e os outros a trás fomos mandados avançar em direção ao barco. A travessia mais uma vez em perfeita harmonia foi passada sem nenhum percalço, embora com alguma nostalgia ao olharmos para trás e vermos aquele continente a ficar cada vez mais longe. Ao chegarmos a Algeciras dirigimo-nos novamente para a Agência de Viagens Normandie para passarmos a noite e cambiar alguns Dirham que ainda nos restava. Embora quando compramos os primeiros Dirham na agência o proprietário nos tenha afirmado que no regresso e se nos sobrasse algum dinheiro Marroquino eles ficariam com ele, agora o discurso foi diferente e recusou-se a receber alegando que não tinha euros em caixa. Fiquei aborrecido e já não pernoitei nesse local mas sim alguns metros mais longe. Quando nos preparávamos para jantar, eis que nos bateram à porta, era um Português, motorista de camião TIR que só nos queria informar que mais 200mts à frente existia um parque reservado para autocaravanas, pelo que agradecemos e dirigimo-nos para lá. Este parque era bastante grande e muito bom, e embora tivesse uma placa à entrada de parque para autocaravanas, também alguns carros por ali estacionaram. A noite foi passada em sossego.  


Interior de Chefchaouen


Tudo azul em Chefchaouen



Algumas notas e moedas Marroquinas





Leitura do Conta-quilómetros: 48467 Km

Distância: 143,8 km

Velocidade média: 39 Km/h

Consumo médio: 7,6 Lts

Tempo de Condução: 03H37


14º dia, Quinta-Feira 04-05-2023:  Algeciras (Espanha) - Vila Velha de Ródão (Portugal)


Saída de Algeciras  pelas 09H00

Metemos gasóleo em Portalegre: 47,89 lts - €67,00 (1,399 €/L)

Portagens: € 0               

Chegámos a Vila Velha de Ródão pelas 18H15

Dormimos na área de serviço de Vila Velha de Ródão

"park4night" sitecode: #30833 - Área de estacionamento CC. gratuito

Coordenadas: 39.65138, -7.67210

Custo: € 0



Marrocos já ficou para trás. Agora era "galgar" quilómetros para irmos dormir à área de serviço de Vila Velha de Ródão.

Cais fluvial de Vila Velha de Ródão

Outra vista do Cais fluvial de Vila Velha de Ródão


Leitura do Conta-quilómetros: 49010 Km

Distância: 542,2 km

Velocidade média: 70 Km/h

Consumo médio: 8,4 Lts

Tempo de Condução: 07H44



15º dia, Sexta-Feira 05-05-2023:  Vila Velha de Ródão - Coimbra


Saída de Vila Velha de Ródão  pelas 09H30

Portagens: € 0               

Chegámos a Coimbra pelas 18H15


Mais um dia para "galgar" quilómetros com a finalidade de Chegar a casa cedo.


Estatística final:

    - Quilómetros total: 3 489,1Km

    - Tempo de condução: 62H43

    - Gasóleo: 277,66 Lts

    - Gasóleo: €358,2

    - Portagens: €86,2

    - Parques de campismo: €146,0


Algumas despesa diversas:

    - Botija de gás em Algeciras: €14,78

    - Viajes Normandie (3 Passagens ida e volta): €340,00

    - Cartão comunicações em Marrocos: €5,00 - cartão; €5,00 - 5Gb: €5,00 - 90 minutos de conversação.

    - Entradas na Mesquita em Casablanca: €39,00

    - Supermercado Casablanca (bens essenciais): €12,65

    - 3 Almoços Casablanca (Mc Donalds): €17,60

    - 3 Almoços Tagine - Agadir: €33,80

    - Teleférico Agadir (3 viagens ida e volta): €33,00

    - Carteira em pele (Guida) - Agadir: €33,00

    - Carteira em pele (Filipa) - Agadir: €22,00

    - Supermercado Carrefour (Agadir - bens essenciais): €48,48

    - Ervanária Marrakech: €48,00

    - 3 Almoços Marrakech: €37,00

    - Supermercado Carrefour (Mohamedia - bens essenciais):37,49






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